A análise preditiva, descritiva e prescritiva está ganhando relevância no setor jurídico em função da recente transformação digital que o mercado vem sofrendo. Embora o método seja mais antigo, a tecnologia o consolidou de vez como uma ferramenta essencial para profissionais da advocacia.
No entanto, você conhece todos os pormenores da aplicação de estudos estatísticos ao Direito, seus impactos e as principais diferenças entre os três elementos que compõem a análise de dados judiciais?
De maneira rápida e objetiva, essas e outras questões serão respondidas nos próximos capítulos. Continue a leitura e entenda.
A importância da análise de dados jurídicos
Com base em um recente levantamento do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), somente no ano de 2022, foram mais de 31 milhões de novas ações na justiça brasileira, o que equivale a 10% a mais em comparação ao ano anterior.
Diante do expressivo número de novos processos em tramitação, e com o auxílio da tecnologia, a análise de dados torna-se primordial para o exercício da advocacia, por viabilizar:
- A obtenção de insights valiosos em casos complexos;
- O processo de tomada de decisão;
- Abordagens mais eficientes antes, durante e depois das ações judiciais;
- A mais precisa estratégia para situações desafiadoras.
A análise preditiva, descritiva e prescritiva – que falaremos adiante com maiores detalhes – é um caminho promissor para os profissionais da advocacia que enxergam o potencial da metodologia e a imensa quantidade de informações judiciais sendo produzidas a todo o momento.
O acesso à tecnologia e o acelerado desenvolvimento dos recursos já disponíveis garantem um trato diferenciado aos dados judiciais, tendo em vista a facilidade de consulta e a reunião dessas informações, afinal, quase todos os processos em andamento são digitais.
Além disso, o uso da análise de dados para fins jurídicos ainda não é um padrão entre os advogados, o que demonstra a grande oportunidade para quem deseja encontrar alternativas inteligentes para uma prestação de serviço diferenciada.
Na esteira da inovação e da análise de dados, a jurimetria merece destaque, tendo em vista sua contribuição ativa na popularização dos métodos que envolvem estatística e análise de dados aplicado ao contexto jurídico.
A jurimetria trabalhista, por exemplo, foi implementada com sucesso em diversos departamentos jurídicos para a identificação de padrões do Poder Judiciário e na previsibilidade dos desfechos por meio das similaridades.
Isso possibilita a mensuração dos riscos atrelados às reclamações trabalhistas, ou seja, em quais processos o êxito é possível ou remoto. São dados estatísticos que, em razão de sua veracidade e confiabilidade, podem fundamentar decisões importantes, como a de optar pela conciliação.
Os tipos de análise de dados
Agora que você já tem um panorama da advocacia moderna orientada a dados, é hora de avançarmos nos conceitos que te fizeram visitar o conteúdo: o que é análise preditiva, descritiva e prescritiva? E quais as diferenças mais relevantes? Confira.
Análise Preditiva
Considerado um dos recursos mais benéficos na aplicação de estudos estatísticos no Direito, a análise preditiva pode ser definida como o método que, a partir dos dados de casos pregressos, permite que os profissionais da advocacia se antecipem aos possíveis desdobramentos em ações judiciais.
Vale acrescentar que a análise preditiva oriunda de modelos tecnológicos para esse fim não deve ser utilizada como uma ferramenta de previsão do futuro, mas tão somente na orientação do processo decisório em que a convicção e o olhar do profissional é o fator determinante para o êxito da estratégia.
Como ela funciona?
Atualmente, a análise preditiva utiliza algoritmos, modelos estatísticos, um robusto banco de dados jurídicos passados e o aprendizado da máquina (machine learning) para a construção de possíveis cenários, seja por padrão ou similaridade.
Via de regra, os modelos que têm a análise preditiva como fim, asseguram mais de 80% de acurácia em suas previsões e na identificação de riscos ou oportunidades. Isso, é claro, depende da qualidade dos dados coletados e da capacidade de processamento das informações reunidas.
Análise Descritiva
Assim como a análise preditiva, o modelo descritivo também é simples de ser aplicado e não requer nenhum conhecimento aprofundado em análise de dados e gestão de negócios. A tecnologia, inclusive, facilita a utilização desses dois métodos sem que os profissionais da advocacia sejam submetidos a treinamentos ou capacitação.
Contudo, ao contrário da análise preditiva, a descritiva concentra-se em somente descrever os dados em um formato inteligível. Isto é, uma leitura clara e objetiva do cenário atual dos processos analisados, destacando os eventuais padrões e tendências presentes nas informações.
Como ela funciona?
A análise descritiva, por vezes nomeada também de exploratória, atua de três maneiras diferentes:
- Univariada: avalia somente uma coluna do seu banco de dados ou foca em uma única variável;
- Bivariada: verifica a relação entre duas variáveis;
- Multivariada: analisa diferentes colunas do banco de dados ou concentra a sua investigação correlacionando diversas variáveis.
A análise descritiva, portanto, emprega técnicas estatísticas básicas para resumir e apresentar os dados atuais. Transportando o conceito para o jurídico, o modelo descritivo é capaz de, dentre outros levantamentos, apontar:
- Quantas ações foram distribuídas no período de análise;
- Quais os objetos jurídicos mais pleiteados;
- O valor total de todas as causas.
É no estudo descritivo que são apresentados dados estatísticos bastante conhecidos, como a mediana, a média, o máximo, o mínimo, os percentis e outros.
Análise Prescritiva
Das três formas de avaliar dados judiciais, a análise prescritiva é o método mais elaborado, considerando o seu grau de responsabilidade dentro da dinâmica. Como o próprio nome sugere, é a partir da avaliação prescritiva que ações são recomendadas.
Como ela funciona?
A análise prescritiva é consequência do trabalho desenvolvido na análise preditiva e descritiva, isso porque, com o auxílio de algoritmos e técnicas de lógica avançados, são elaboradas recomendações específicas para a resolução de cada caso ou ação judicial.
Como já mencionamos, outra característica da análise prescritiva é reunir os demais estudos com o conhecimento de negócio que, no caso de departamentos jurídicos e escritórios de advocacia, exige um trato multidisciplinar das questões para a melhor tomada de decisão.
Isso significa que a análise prescritiva é uma tarefa que exige o trabalho em equipe para que o caso ou o grupo de ações judiciais semelhantes seja avaliado sob óticas diferentes.
Como os advogados podem se beneficiar de cada uma delas?
A análise de dados judiciais para o aprimoramento do processo de tomada de decisão é uma evolução latente do exercício da advocacia, em substituição ao mero acompanhamento processual como forma de controle e definição dos próximos passos.
Existem, no entanto, inúmeras maneiras de se beneficiar com a análise de dados e aplicação da Jurimetria em seu escritório de advocacia ou departamento jurídico, com destaque para as seguintes:
- Visão clara do cenário atual dos processos judiciais sob a sua tutela;
- Identificação de padrões e tendências dos tribunais;
- Compreensão das nuances jurídicas;
- Insumo complementar na elaboração de estratégias que visam a eficiência jurídica;
- Argumentação baseada em dados reais;
- Alocação eficiente de recursos em tempo de acordo com a complexidade dos casos.
Conheça a Data Lawyer
A Data Lawyer é referência em Estatística aplicada ao Direito e no desenvolvimento de modelos preditivos para departamentos jurídicos e escritórios de advocacia.
Além disso, nosso software de jurimetria conta com funcionalidades inovadoras, como Legal Research, que possibilita a busca textual inteligente em qualquer documento das ações judiciais em tramitação na Justiça Trabalhista ou Federal.
Para conhecer todos os detalhes e ter acesso ao período de demonstração grátis, entre em contato com um de nossos especialistas.
